A
egossintonia e entendida pela psicanálise como uma falsa adaptação do ego as
suas ações e sintomas apresentados, não sendo percebidos pelo sujeito. Ocorre
principalmente nas perversões e psicopatias. Esse termo como o próprio nome já
diz faz com que haja uma sintonia entre o ego e o sintoma, ou seja, não ocorre
a percepção do sujeito que as suas palavras, e principalmente os seus atos
estão afetando o seu relacionamento com o mundo exterior, porque para ele não
parece haver nenhum problema. Nas perversões isso fica bem claro, como nos
relacionamentos sádicos em que o sujeito não percebe que o outro está em
sofrimento pelas suas atitudes, isso porque o outro para ele está na condição
de objeto de desejo sádico e não amoroso. A dor do outro não é percebida ou não
vista, mesmo porque o outro é considerado como se fosse integrado a ele mesmo,
como se ambos fossem um único corpo. Isso é bem percebido quando ocorre nos
casos de pedofilia e nas psicopatias onde a violência está em
primeiro plano.
A
egodistonia já é uma não adaptação do ego aos impulsos oriundos tanto do meio
exterior como os internos como nos casos das neuroses e psicoses. O sujeito
entra em conflito com as necessidades impostas ao ego e percebendo isso ele
gera sintomas que são percebidos parcialmente nas
suas ações e nas palavras, porém, isso não quer dizer que os entenda e nem
aceite apontamentos externos. O
que difere é que ele percebe o sofrimento do outro pelas suas ações e sofre com
isso, mesmo que não saiba o por que.
Essas diferenças
em egossintonia e egodistonia é que vai determinar a possibilidade de
tratamento ou não na clínica psicanalítica. Nos casos de egodistonia, o
tratamento se faz com muito mais eficácia, o que já não ocorre nos casos de
egossintonia onde o sujeito está bem adaptado aos sintomas.
Por: Luiz
Fernando R. Alves
Na egosdistonia posso afirmar então que o meu corpo é quem quer determinar para o meu ego, porém esse ultimo não aceita????
ResponderExcluirNão diria o corpo, e sim o que ele possa representar para você ou para os outros.
ResponderExcluirO desenvolvimento disto pode ser cultural.
ResponderExcluirNa verdade a cultura influencia o sujeito na sua estruturação, porém o que ocorre é uma percepção do entorno desde o nascimento, onde as figuras parentais é que irão determinar a sua estrutura e gerar a sua condição egodistônica ou egosintônica.
ResponderExcluirFreud nunca falou em condição egodistônica. Este termo pertence aos famigerados manuais classificatórios. Esta não se trata de uma discussão da Psicanálise.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirCaro Vitor, em nenhum momento citei que Freud falou nessas condições. Concordo que os manuais classificatórios se servem desses termos, porém a psicanálise não as exclui.
ExcluirPor exemplo: o termo Esquizofrenia nunca foi aceito por Freud, que o nomeava como demência precoce, bem como a melancolia é hoje utilizada como PMD, bipolaridade e por aí vai. Mas de qualquer maneira nos servimos dessas nomenclaturas quando tratamos desses sintomas.
Um abraço.
Orientação sexual egodistônica pode se tornar egosistônica?
ResponderExcluirNão se aplica a orientação sexual. Isso colocaria o sujeito em uma posição de dúvida com relação ao seu objeto de desejo.
ExcluirNesse caso o que se deve entender é como ele lida com a sua sexualidade.
Obrigada.
Excluircomo diferencio a egossintonia do insight?
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