sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Quando começa e quando termina uma análise?


Essa pergunta foi feita por Freud em uma palestra aos seus ouvintes, e se encontra em sua obra e que de certa forma não houve uma resposta concreta com relação à pergunta. Porém ao meu entender uma análise não começa à partir do primeiro encontro entre analista e analisando, e sim no momento em que os sonhos expostos nas sessões e os insights começam a ser interpretados por ambas as partes, elaborando os conteúdos dos mesmos de forma concreta e inteligível. Isso seria um começo de uma psicanálise Freudiana tradicional.
Porém quando termina uma análise?
Com relação ao término, essa pergunta nunca foi esclarecida de forma concreta por nenhum dos grandes mestres da psicanálise, mesmo porque cada caso é único e nem sempre o paciente suporta o fim de sua análise junto ao seu analista. Mas ao meu entender, uma análise depois de iniciada, nunca mais irá terminar. Mas por quê? Muito simples!
Para que uma pessoa possa entrar em processo analítico (ou seja! Possa ser analisada), é necessário que ela possua uma capacidade de entendimento e cognição mínima. E sendo assim o que pode acontecer é que esse paciente desista por não possuir essa capacidade mínima para progredir na análise ou até mesmo venha a mudar de psicanalista (por não ter ocorrido um enquadre terapêutico satisfatório).
Porém quando ocorre o fim de uma análise no sentido de uma concordância entre ambos (analista e analisando) a análise continua pelo aprendizado do analisando que no decorrer de sua análise aprendeu a se autoanalisar, o que não impede que se volte a análise caso sinta necessidade de algum entendimento como nós psicanalistas o fazemos em nossa supervisão para solucionar qualquer dificuldade com relação ao entendimento das questões apresentadas por algum paciente ou com nós mesmos. Na verdade uma psicanálise bem feita, uma vez começada, jamais irá terminar, pelo simples fato de que estamos sempre em auto análise de nossas vidas, até porque sem isso ficaríamos reféns de todas as neuroses que nos cercam no dia a dia e que nos impossibilitaria no nosso desenvolvimento mental e principalmente emocional.
Por: Luiz Fernando R. Alves

terça-feira, 19 de abril de 2011

Sou Onde Não Penso ( Inconsciente ). Penso onde não Sou (Consciente)


Pois bem começo com esse título de pura reflexão num momento em que as ações do homem não são de sua total consciência. Como já dizia Freud " Não somos donos de nossa própria casa". Onde o gênio fazia uma alusão a nossa incapacidade de controlar os impulsos instituais que nos acomete a todo tempo. Sou onde não penso nada mais é que a nossa real identidade que está lá no fundo de nosso inconsciente, enquanto que ao pensar onde não sou nada mais é que a nossa consciência reflexiva que nos permite interagir com o meio que nos cerca. Trago esse tema para aludir os últimos acontecimentos com relação a dita chacina em uma escola pública no Rio de Janeiro. Dita porque na verdade o ser onde não pensa do assassino das crianças não estava chacinando elas! Estava sim matando os fantasmas do passado que o assombravam há muitos anos provavelmente, sem que ninguém da família percebesse, e se percebeu não ligou. Aliás, o que mais se faz dentro de um contexto familiar é não ligar, por isso é que as coisas estão como estão. Esse sujeito que pensava onde não era, na verdade não tinha a menor ideia de que ele nada era ou foi na vida, isso fica bem esclarecido quando nas investigações policiais onde entre diversos fatores, foi descoberto que o sujeito sofreu bullyng na mesma escola em que aconteceram as mortes.
Por trás de toda essa psicose nem os valores divinos puderam segurar o ser onde não pensa, muito pelo contrário foi em nome desses valores que ele pensou onde não era para executar seus atos psicóticos.
Fica aqui uma a frase de dois pensadores para uma reflexão.
René Descartes dizia que: se penso, logo existo.
Porém 300 anos depois chega Freud e diz: Se sinto, logo sou.
Ou seja não adianta só pensar, antes de tudo temos que saber o que sentimos para descobrirmos o que somos. Se é que isso é possível!

Por: Luiz Fernando R. Alves

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