sábado, 26 de maio de 2012

O DESEJAR



    Na concepção psicanalítica, o que move a existência humana é o fato de sermos seres desejantes, ou seja, a nossa existência parte do principio que  sem desejo não há motivo para existir. Nos demais seres como os animais o desejo não existe, e sim a necessidade. Um leão não deseja e sim necessita. Para ele comer, beber, dormir e se acasalar é o que rege sua existência. Porém para o homem isso não basta, nossas necessidades vão muito além do básico.
    Tomemos com exemplo uma pessoa que nasceu com poucos recursos e que só tinha o básico para a vida na sua infância. Com o passar dos anos essa pessoa consegue ascender financeiramente na vida e o que ela precisava para a sua sobrevivência já não é o suficiente, principalmente se ela vive em um sistema capitalista que dita que você é o que você tem e não o que você sabe.
     Para Freud desejar faz parte da singularidade humana, pois segundo o desenvolvimento psíquico se divide em duas etapas, que são elas :
      Eu ideal e Ideal do Eu.
    O Eu Ideal diz respeito a fase do bebê, quando o fato de sermos o que somos já nos basta, o que não deve  ocorrer em uma fase adulta, pois caso o sujeito ache que ele é o produto final de sua existência, isso sim o irá torna-lo  um ser patológico. Ele  não irá promover uma evolução diária em sua vida e não poderá se relacionar de forma adequada com outras pessoas, pois ele por si só se basta e quem quiser que o aceite do jeito que ele é. É o que entendemos como Narcismo.
      Já o Ideal do Eu é o que faz com que não nos conformemos com a nossa condição atual, e estamos sempre em busca de melhorar e mudar nossas vidas, o ideal do eu é o que representa o desejo, desde que não seja de maneira compulsiva, ele é que representa uma vida plena e de consequentes mudanças, independentemente da idade. Desejar faz parte da condição humana e de certa forma é isso que nos faz ir adiante, o que não devemos é desejar o que não é possível, ou pelo menos o que não está a nosso alcance naquele momento. O que não quer dizer que em algum momento futuro esse desejo não possa ser conquistado, mesmo porque segundo Lacan " Ceder na linha do nosso desejo, causa depressão".

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