Em
seu livro, “ O Trauma do Nascimento”, Otto
Ranck tentou reduzir o tempo de uma análise, que segundo ele, toda a neurose
vinha pelo trauma do nascimento, onde a mãe seria a repressão primeva e que,
através da análise do trauma, o sujeito estaria livre de sua neurose. Essa
sua teoria, não foi muito bem aceita pelo grupo psicanalítico da época e nos
dias de hoje muito menos.
Freud
relata em sua obra Análise Terminável e Interminável (1937), que tentou
acelerar a análise, como relata em sua publicação “ O Home dos Lobos” (1918),
quando no início do século, faz uma análise de um sonho que seu paciente Sergey
Pankejeff tivera, onde o mesmo rememora
uma cena primária do coito dos pais, o que gerou uma neurose infantil. Após
essa descoberta, Freud encerra a análise e o paciente retorna a seu país de
origem (Rússia). Anos mais tarde esse paciente volta com Freud, porém tinha se
tornado um psicótico em decorrência da não continuidade de sua análise e em
consequência da falência financeira do pós- guerra(1914-1918). Freud então, volta
a atendê-lo, até se refugiar em Londres
com a família e também por causa de sua doença, deixando com seus seguidores,
a continuidade da análise do paciente, que veio a falecer em maio de 1979. Tendo inclusive, um livro publicado
com o seu pseudônimo batizado por Freud de o Homem dos Lobos.
Para Freud, a cura não é uma melhor
adequação ao externo, e sim, na possibilidade de retroceder ao passado do
sujeito e conhecer melhor as leis fantasmáticas.
Fazendo assim, uma nova leitura, para que ele possa entender o que o assombra. O efeito
dessa nova leitura irá gerar um novo fantasma, porém com maior grau de
simbolização formado por deslocamento e condensação. Com isso, faz-se uma nova
revisão, que a partir desse ponto, se percebe o interminável de uma análise. A análise é interminável, não dentro do
enquadre analítico, onde o processo se esgota, mas sim, no processo da análise
em que o sujeito deverá prosseguir utilizando o uso das interpretações na qual
adquiriu com a sua experiência de analisando. É claro que para que isso ocorra
se faz necessário que o analista tenha lhe entregue um código, o código no
qual, o sujeito decifrou o seu enigma.
Por: Luiz Fernando R. Alves