terça-feira, 9 de novembro de 2010

Egossintonia e Egodistonia na Clínica Psicanalítica


A egossintonia e entendida pela psicanálise como uma falsa adaptação do ego as suas ações e sintomas apresentados, não sendo percebidos pelo sujeito. Ocorre principalmente nas perversões e psicopatias. Esse termo como o próprio nome já diz faz com que haja uma sintonia entre o ego e o sintoma, ou seja, não ocorre a percepção do sujeito que as suas palavras, e principalmente os seus atos estão afetando o seu relacionamento com o mundo exterior, porque para ele não parece haver nenhum problema. Nas perversões isso fica bem claro, como nos relacionamentos sádicos em que o sujeito não percebe que o outro está em sofrimento pelas suas atitudes, isso porque o outro para ele está na condição de objeto de desejo sádico e não amoroso. A dor do outro não é percebida ou não vista, mesmo porque o outro é considerado como se fosse integrado a ele mesmo, como se ambos fossem um único corpo. Isso é bem percebido quando ocorre nos casos de pedofilia e nas psicopatias onde a violência está em primeiro plano.
A egodistonia já é uma não adaptação do ego aos impulsos oriundos tanto do meio exterior como os internos como nos casos das neuroses e psicoses. O sujeito entra em conflito com as necessidades impostas ao ego e percebendo isso ele gera sintomas que são percebidos parcialmente nas suas ações e nas palavras, porém, isso não quer dizer que os entenda e nem aceite apontamentos externos. O que difere é que ele percebe o sofrimento do outro pelas suas ações e sofre com isso, mesmo que não saiba o por que.
Essas diferenças em egossintonia e egodistonia é que vai determinar a possibilidade de tratamento ou não na clínica psicanalítica. Nos casos de egodistonia, o tratamento se faz com muito mais eficácia, o que já não ocorre nos casos de egossintonia onde o sujeito está bem adaptado aos sintomas.
Por: Luiz Fernando R. Alves

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