A
egossintonia e entendida pela psicanálise como uma falsa adaptação do ego as
suas ações e sintomas apresentados, não sendo percebidos pelo sujeito. Ocorre
principalmente nas perversões e psicopatias. Esse termo como o próprio nome já
diz faz com que haja uma sintonia entre o ego e o sintoma, ou seja, não ocorre
a percepção do sujeito que as suas palavras, e principalmente os seus atos
estão afetando o seu relacionamento com o mundo exterior, porque para ele não
parece haver nenhum problema. Nas perversões isso fica bem claro, como nos
relacionamentos sádicos em que o sujeito não percebe que o outro está em
sofrimento pelas suas atitudes, isso porque o outro para ele está na condição
de objeto de desejo sádico e não amoroso. A dor do outro não é percebida ou não
vista, mesmo porque o outro é considerado como se fosse integrado a ele mesmo,
como se ambos fossem um único corpo. Isso é bem percebido quando ocorre nos
casos de pedofilia e nas psicopatias onde a violência está em
primeiro plano.
A
egodistonia já é uma não adaptação do ego aos impulsos oriundos tanto do meio
exterior como os internos como nos casos das neuroses e psicoses. O sujeito
entra em conflito com as necessidades impostas ao ego e percebendo isso ele
gera sintomas que são percebidos parcialmente nas
suas ações e nas palavras, porém, isso não quer dizer que os entenda e nem
aceite apontamentos externos. O
que difere é que ele percebe o sofrimento do outro pelas suas ações e sofre com
isso, mesmo que não saiba o por que.
Essas diferenças
em egossintonia e egodistonia é que vai determinar a possibilidade de
tratamento ou não na clínica psicanalítica. Nos casos de egodistonia, o
tratamento se faz com muito mais eficácia, o que já não ocorre nos casos de
egossintonia onde o sujeito está bem adaptado aos sintomas.
Por: Luiz
Fernando R. Alves